Jesus nasceu numa manjedoura. Pelas dificuldades da vida e pelos
estímulos estressantes que atravessou, era de se esperar que desenvolvesse uma
personalidade ansiosa, irritada e intolerante. Mas, quando abriu a boca ao
mundo, nunca se viu alguém tão dócil e sereno. A paciência e a tolerância
teciam a colcha de retalhos da sua inteligência. Certa vez, milhares de pessoas
caminhavam seguindo seus passos. A comitiva era enorme e os problemas também,
todos tinham algo que gostaria que Ele resolvesse, esperavam mais um gesto miraculoso,
mais um eloquente discurso. A certa altura, Ele parou arregalou os olhos como
se visse algo fenomenal. Foi em direção ao vazio, os mais próximos piscavam os
olhos para ver o que Ele via, mas não viam nada. Ninguém entendeu seu gesto. De
repente, Ele falou: “Olhem! Vejam!”. “Ver o que?, as pessoas se perguntavam.
Então Ele disse; “Que lírios encantadores!”. Em seguida fez uma comparação que
só quem viveu e nunca perdeu a arte da sensibilidade poderia fazer, disse que
aquelas pequenas flores eram tão belas que nem o rei mais esplendoroso de Israel, o rei Salomão,
se vestira sequer como uma delas. Os discípulos, chocados, coçaram a cabeça e
certamente pensaram: “Eu não entendo o Mestre, há tantos problemas para resolver,
tantos compromissos para cumprir e Ele gasta tempo com as flores!”. Jesus
estava querendo vaciná-los contra a doença do superficialismo emocional. Muitos
queriam milagres, mas Ele demonstrou que o maior milagre estava em descobrir os
segredos das coisas simples e quase imperceptíveis. Jesus contemplava tanto os
elementos da natureza, como as sementes, as árvores, o tempo, os pássaros que
os utilizava com maestria em suas parábolas para promover a arte de pensar. Ele
foi o Mestre da Qualidade de Vida porque sempre achou tempo para fazer das
pequenas coisas um espetáculo aos seus olhos.
E você?
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