Tenho escrito na folha do capítulo 6 três frases que tirei de outros livros de Augusto Cury que mexem muito comigo, me ensinam, me transformam...me fazem pensar com temor...leio sempre para os grupos e conversamos um pouquinho sobre elas antes de começarmos a aula. Olha:
1- " Normalmente, quando alguém passa por grandes tempestades e não sabe proteger sua emoção, arrasta todos ao seu redor. Seja por se negar a viver, seja por negar o direito de os outros viverem, ou, então, por projetar nas pessoas mais intimas seus conflitos e golpeá-las com ansiedade, reações impulsivas. Raros são os que sofrem com Maturidade".
2- " Nada gera tanta decepção nas relações entre marido e esposa, pais e filhos, professores e alunos e entre amigos do que esperar o retorno das pessoas no mesmo nível de que nós damos. Damos afeto esperando que o afeto volte. Dispensamos atenção esperando que os outros nos deem a devida consideração. Expressamos o amor esperando retorno do mesmo sentimento de entrega. Nada é tão frustrante do que tal espera".
( E o que é o amor? Mário Quintana: " O amor é isso: não prende, não aperta, não sufoca! Porque quando vira nó, já deixou de ser laço")
3- "Pensar com consciência critica é excelente, pensar demais é um problema, gera um desgaste físico enorme, uma emoção ansiosa e irritadiça. O grande vilão da emoção é o excesso de pensamentos, principalmente os que antecipam o futuro".
Três frases, três grandes ensinamentos, alias quatro né! O amor que tenho por mim, não pode me prender, me apertar, me sufocar ( e assim com os outros também)...sempre que um pensamento se forma, uma janela se abre, percebo minha emoção também se modificando. Nessa hora, sei que algo ruim até pode acontecer : eu perder o foco, não usar o silêncio, falar coisas pra me arrepender depois e assim vai...então, rapidamente me divirto! Sério! Tento trazer a minha mente coisas que me trazem esperança, alegrias...penso em meus sonhos, penso no Hospital Emocional que quero formar para ajudar pessoas a serem livres...e acalmo minha emoção! Lembro de uma música, lembro de alguma brincadeira com meus filhos, ou algo que me fez dar gargalhadas com meu esposo. Consigo pensar com mais lucidez...e não reagir mal. E quanto a me frustrar com pessoas, decepção, quase não tenho mais....sabe, aprendi a não esperar nada, de ninguém, pra falar a verdade, tenho tomado uma posição de Capela aqui fora, ou seja, fora do Hospital. Um Capelão aprende a entrar num quarto preparado para o pior: uma história triste, uma doença grave, um estágio terminal, uma queimadura gravíssima, uma amputação de braço ou perna, um aborto....batemos na porta e perguntamos se podemos entrar, sem rir, sem perguntar tá tudo bem?, com o rosto em semblante apenas de paz, de alguém que está ali para nada além de querer ajudar...e se recebemos um sorriso, uma estendida de mão ou até mesmo um abraço, sabemos que podemos "relaxar" e fazer a visita com mais leveza. No meu caso que vou vestida de palhaça, as cores, o brilho dos glitters ( que não são poucos, rsss) o chapéu, a flor podem gerar revolta em alguns, a dor, o medo e a dúvida transformam as pessoas e isso é natural, então quando sou convidada, sou chamada, quando sorriem pra mim é um bom sinal! Como estou preparada para o pior, não me frustro quando sou mal recebida ou me pedem pra "voltar depois", apenas entendo o lado dela, peço desculpas e me retiro...como estou sempre de Crocs nos pés, dou uma corridinha e sumo, trago uma música a mente, assobio baixinho e peço a Deus para me levar a outro lugar, a outra pessoa...tiro uma selfie, encontro alguém no corredor e limpo meu coração, de tudo! Na vida aqui fora também, me divirto, curto meu momento, a minha respiração....sei que problemas terei hoje ainda talvez, amanhã, mas tenho tentado ser mais leve a cada dia, como já falei, sou uma pessoa de natureza muito nervosa, estressada, trabalhei muito tempo com horário, relógio e muitas das vezes, dentro de mim, parece que ainda estou naquela correria louca, as vezes até meu esposo me fala pra desacelerar, pisar um pouco no freio...rssss, calma Sara, pra que essa pressa??? kkkkkk, nem eu sei!
E isso tudo mexe com nossa emoção e a transforma. Por isso ser tão difícil administrá-la totalmente!
Quando vou fazer qualquer coisa pra alguém, qualquer coisa mesmo, não me permito imaginar se ela vai ou não me agradecer, se vai ou não me dar de volta algo, é bem difícil esse treinamento, é bem complexo trazer essa lucidez a mente, mas é a primeira coisa que tento pensar, conversar, debater dentro de mim quando resolvo fazer o favor, ou dar a ajuda, ou fazer um bolo, ou levar uma água geladinha, ou formar um grupo ou seja lá o que for...tento trazer a mente o simples fato de que devo apenas "plantar", "plantar", cabe a mim apenas "plantar", eu vou "plantar" entende isso???
Tenho que pensar que a partir do momento que eu for fazer alguma coisa a algúem, devo fazer primeiro por mim, pra mim me sentir bem ao ser útil a alguém e não cabe a mim julgá-la se ela não corresponder, talvez não seja o momento dela "plantar", só o meu!
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