sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Palavras No Hospital



Enquanto Eu fazia parte do grupo com a Letícia, fizemos a  tarefa da Terceira Semana do Programa PAIQ, onde é preciso Sair da Rotina, Surpreender Alguém, Se Surpreender, nasceu a Dr. Alegria, não ainda com esse nome, mas uma linda e maravilhosa palhaça.  Fomos a um mercado local e fizemos uma tarde do Abraço, muitas coisas aconteceram lá de extraordinário. Depois, já como Orientadora, comecei ir assim em todas as terceiras semanas, sejam elas onde forem e muitas coisas aconteceram de milagroso, curas de alma sabe? Pessoas chegavam cansadas de suas vidas, de suas lutas, sentavam no sofá de casa e suspiravam, respiravam fundo e soltavam o ar forte, expressando um pouco, por uns momentos ali, alívio! Quando viam Eu de palhaça, parece que elas recebiam uma enorme " injeção de ânimo"...rsss. Demais ver aquilo!! Vi muitas e muitas vezes essas cenas, ainda mais quando Eu me escondia atrás de uma porta, uma árvore, um banco, uma parede....kkkkkkk. Bem, pensei que essa palhaça podia ver mais acontecer, mais sorrisos a tirar, mais espantos de alegrias, mais cores, mais curas...onde tive a ideia de ir ao Hospital local para levar um pouco mais de vida ao pacientes, funcionários e médicos. 


Entendi que ao ser barrada, teria que fazer um curso. Capelania Hospitalar Evangélica. Falar de Jesus, de Paz, de Alegria, de Qualidade de Vida, de Mudanças da Forma de Pensar, de Diálogos, de Terapia é muito complicado num ambiente nada propício. E como a ideia era ir de palhaça, sabia que seria outro desafio. Ser palhaço de rua, de praça, de teatro ou de circo, não que seja fácil, pois não o é,  é mais leve pois o público, geralmente não está com dor, ou dormindo fora de casa em outro ritmo, outra cama, tomando remédios e tendo inúmeros sintomas e reações que ela mesma não sabe lidar.
Fazer esse curso foi algo bem difícil pra mim na época, até estou pensando em escrever sobre esse momento para edificar vidas aki...
Quando terminei o curso teórico, fui para as aulas práticas dentro do Hospital. Primeiro ouvi, depois fui observada falando. Foi um processo espetacular de aprendizado.
Mas o quero focar aki, é o clima, o cheiro, o ambiente, as mentes dentro desse lugar.
A Primeira Ferramenta que usamos no PAIQ junto com escrever Sua Nova História, é usar bem a forma de Pensar antes de Falar uma Palavra ou uma Frase ou ainda Metralhar várias delas. Usar a Ferramenta do Silêncio para conseguir fazer isso. Pois em 30 segundos somos capazes de falar coisas que jamais deveríamos dizer!  E "Usar" o Silêncio é um enorme desafio a todos nós, pois exige mansidão, cautela, autocontrole, paciência e determinação! E ai temos uma Palhaça Observadora! 
Ao entrar dentro de  cada quarto, já de primeira, conseguia identificar que tipo de Palavras estavam sendo "usadas" ali. Ambiente carregado, pesado, opaco, rostos tristes ou amargurados sentia o meu corpo se modificando, na verdade Eu já sabia que era água do meu corpo se modificando! Logo, entendia que Eu precisava elevar meus pensamentos e me lembrar o que eu havia ido fazer ali e o fazia e muito bem. Ao deixar o quarto, não que a doença física  havia ido embora, mas a demais sim! A maioria ria comigo, queriam tirar foto, usar meu chapéu ( que não era nada chamativo, rrsss).

 Já ao entrar em quartos onde havia Palavras de Vida, de Processo , de Gratidão, de Pessoas afetadas pela situação, mas calmas e serenas, sempre a espera de algo bom, de uma melhora, o ambiente também se comportavam dessa maneira. Muitas vezes precisei tomar um relaxante muscular ao chegar em casa, e em outras, me sentia renovada, alimentada e feliz pela incrível oportunidade de Ser Voluntária a serviço de Vidas melhores, de momentos surreais!!
Além de trazer para Minha vida e de Minha família essa incrível experiência, que sempre compartilhava e compartilho com eles o tanto que Somos responsáveis pelas maneiras como nos comportamos, falamos e sentimos.

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