Essa semana, na terça-feira (05/06), fui fazer a 2º semana do PAIQ no "Colégio Anglo em Paulinia". O grupo é tremendo, maravilhoso e bem grande, somos em 35 pessoas, e entre eles, está o "Lucão" que é Autista Asperger*. Muitos de nós temos pre-conceitos em relação ao comportamento de certas crianças, adolescentes e adultos com alguma deficiência e as vezes os diminuimos porque pensamos que somos melhores.....mas veja algo que me marcou demais nessa noite: Estavámos começando a 2º lei que é Contemplar o Belo e como sempre temos uma dinâmica, coloquei uma música tocada no bambu, pedi que fechassem os olhos e pensassem em algo que é Belo neles. Após o fim da música, comecei perguntando um por um: O que é Belo em você?? Todos foram falando "simplicidade", "faço amizades fácil", "sou honesta" e assim por diante. Com o "Lucão" a resposta foi surpreendente; o deixei por último pra ver se ele se acostumava com o fato de que todos estavam falando; e ele falar dele seria normal dentro do grupo. Então, chegando nele, perguntei: "Lucão"o que é Belo em você? A resposta foi: "A essência". Nesse momento eu esperava de tudo, menos uma palavra tão profunda. "Como você chegou nessa conclusão"? Você pode explicar? Sem muita onda, veio : "Porque eu sou essencial, não coloco poluição na minha mente".....queridos e queridas, o mundo parou ali pra mim......ele foi tão além que surtei....gritei um yes! e começamos a bater palmas para aquele grande sábio que estava na nossa frente! Muitos ali se emocionaram e vi lagrimas correndo por faces perplexas...como dizia Raul: ..."enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual, eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real, controlando a minha maluques, misturada com minha lucidez....vou ficar, ficar com certeza, maluco beleza"....
* Considera-se que a Síndrome de Asperger é um transtorno dentro do Autismo. A Síndrome de Asperger tem se diferenciado muito recentemente do autismo típico e existe pouca informação sobre o prognóstico dessas crianças. Não obstante, considera-se que, comparado com jovens com outras formas de autismo, poderão com maior probabilidade converter-se em adultos independentes, com uma vida absolutamente normal.
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